Crise na Administração Municipal: Declarações Polêmicas Detonam Relações com Servidores e Câmara
A falsa tranquilidade administrativa do município de Arcos foi abalada após declarações polêmicas do Secretário de Administração, durante entrevista concedida à Rádio Cidade. O que deveria ser um momento de esclarecimentos transformou-se em estopim para uma crise sem precedentes, expondo as fraturas entre Executivo, Legislativo e servidores municipais.
Em tom que muitos interpretaram como autoritário, o Secretário afirmou que “o poder vem do povo”, mas na mesma fala sugeriu que os vereadores “não compreendem” as prerrogativas do Executivo em compor sua equipe. Esta declaração foi recebida como uma afronta direta à independência do Poder Legislativo e suas funções fiscalizatórias.
O abismo aprofundou-se quando o assunto voltou-se para o complemento de aposentadoria dos servidores. O secretário vangloriou-se de ser “mais rígido que o Ministério Público” na interpretação das normas, ignorando que por trás de cada processo existem famílias que dependem desses recursos para sobreviver com dignidade.
A reação foi imediata: servidores municipais, já descontentes com diversas posições da atual gestão, começaram a articular o que promete ser a maior paralisação da história do município.
Diferentemente da greve anterior, restrita aos professores, o movimento atual une todas as categorias do funcionalismo público municipal. A administração, que parece governar de costas para o povo e seus representantes, será surpreendida pela magnitude do movimento. Os servidores são categóricos: só retornarão às atividades quando houver devolução integral dos recursos relativos ao complemento de aposentadoria, cobrados ilegalmente pelo município ao longo de anos.
Os vereadores, atentos e vigilantes, não se calarão diante deste cenário. O Vereador João Paulo Ferreira, o Joãozinho, já reagiu às declarações do Secretário de Administração e adiantou a solicitação de uma audiência pública com a participação dos servidores, vereadores, Executivo e população para discutir a situação do complemento de aposentadoria. Em resposta às declarações do secretário, Joãozinho sinalizou que essa audiência pública será uma tentativa de resolver a questão de forma transparente e democrática.
A Câmara Municipal, guardiã dos interesses populares, certamente não deixará que o desrespeito institucional e as arbitrariedades contra os servidores fiquem impunes. O recado está dado: nem os vereadores, nem os servidores aceitarão passivamente medidas que desrespeitem direitos conquistados. A administração que prometeu diálogo, mudança e legado entrega autoritarismo, mas encontrará pela frente uma resistência organizada e disposta a lutar até o fim.