A utilização de maquinário da Prefeitura de Arcos, como tratores, caminhões e retroescavadeiras, para a prestação de serviços em propriedades particulares tem gerado debate entre os moradores do município. Atualmente, esses serviços são oferecidos gratuitamente, financiados por recursos públicos, o que significa que a população arca com os custos de combustível, mão de obra e materiais através dos impostos. Essa prática está em vigor desde 2011, amparada pela Lei Orgânica do Município, na Emenda 18, criada pelo então presidente da Câmara Municipal de Arcos, Wilmar Arantes Junior e Jamir soares dos Reis (Jamir Leiteiro ), Pedro Cesar Rodrigues, Eduardo Carvalho Faria.
Em comparação com outros municípios, onde a execução de serviços semelhantes é cobrada através de taxas específicas, a política adotada em Arcos parece destoar. Isso levanta preocupações sobre a justiça e a equidade no uso dos recursos públicos. “Nada contra esses serviços, mas é injusto que centenas de famílias que sequer possuem casa própria sejam obrigadas a pagar pelas melhorias feitas em propriedades particulares de fazendeiros,” comentou um morador que prefere não ser identificado.
O questionamento principal gira em torno do uso do dinheiro público para beneficiar propriedades privadas, especialmente em um cenário onde muitas famílias enfrentam dificuldades financeiras e falta de moradia digna. Enquanto alguns defendem que os serviços ajudam a manter a infraestrutura rural e apoiam a produção agrícola, outros argumentam que o uso gratuito desses recursos para propriedades privadas deveria ser reconsiderado, especialmente quando há tantas necessidades não atendidas na comunidade.
A Emenda 18, que permitiu essa prática, foi aprovada com o argumento de fomentar o desenvolvimento rural e apoiar os pequenos agricultores. Contudo, há um crescente apelo para que a legislação seja revista, com a introdução de taxas ou outras formas de compensação para que os custos sejam mais equitativamente distribuídos, aliviando assim a carga sobre os contribuintes.
O debate em torno dessa questão evidencia a necessidade de uma análise cuidadosa sobre como os recursos públicos estão sendo utilizados e se as políticas atuais realmente beneficiam a comunidade como um todo. À medida que as eleições municipais se aproximam, este será certamente um tema de discussão entre candidatos e eleitores, que buscam um equilíbrio entre o apoio ao desenvolvimento rural e a justiça social.
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Por Marcelo Ribeiro.