Um servidor público municipal solicitou sua exoneração do cargo após se recusar a cumprir normas estabelecidas pela administração, incluindo o registro obrigatório de ponto eletrônico. O ex-servidor justificou sua decisão alegando incompatibilidade entre a jornada de trabalho e sua atuação como motorista de aplicativo em horário paralelo.

O episódio chamou atenção não apenas pela recusa em cumprir normas administrativas básicas, mas também pela mensagem deixada por ele no momento do desligamento. Na comunicação, o ex-servidor afirmou não concordar com “práticas realizadas por essa administração, com as quais eu não concordo” e declarou não se sentir à vontade para “compactuar com determinados comportamentos”. Apesar de não apresentar qualquer denúncia formal, a mensagem insinua possíveis irregularidades no serviço público, lançando dúvidas sobre a integridade da gestão.
Em nota oficial, a administração municipal informou que o desligamento foi realizado a pedido do servidor e dentro dos trâmites legais. A gestão também afirmou que repudia qualquer insinuação sem comprovação e ressaltou que existem canais internos apropriados para denúncias, que são tratados com seriedade e sigilo. “A integridade do serviço público exige comprometimento com a legalidade e o respeito às normas institucionais. Declarações vagas e sem fundamentos não contribuem para a transparência e podem ter consequências legais”, diz a nota.
Juristas consultados explicam que, mesmo após o desligamento voluntário, o ex-servidor pode ser responsabilizado por eventuais irregularidades cometidas durante o exercício do cargo. “A recusa em cumprir obrigações funcionais e a divulgação de mensagens com caráter dúbio ou difamatório podem gerar responsabilizações administrativas ou judiciais, especialmente se houver prejuízo à imagem da administração”, afirma a especialista em Direito Público, Dra. Renata Andrade.
O caso reforça a necessidade de responsabilidade, ética e clareza na conduta de agentes públicos. A administração reiterou seu compromisso com a legalidade e a transparência, e afirmou que medidas serão avaliadas conforme o andamento dos fatos.