A população de Arcos começa a perceber, com apenas sete meses de mandato, o clima de tensão e ruptura dentro da atual gestão municipal. O vice-prefeito Ronaldo da Arcolub, figura decisiva nas eleições de 2024, parece ter sido excluído do centro das decisões da administração comandada por Dr. Wellington, prefeito eleito com a promessa de uma gestão compartilhada.
Durante a campanha, Dr. Wellington e Ronaldo estavam em campos opostos. A união entre ambos aconteceu apenas na reta final, motivada por uma necessidade estratégica: derrotar o então prefeito Claudenir José de Melo. A aliança, considerada improvável por muitos, trouxe votos importantes. Estima-se que Ronaldo tenha sido responsável por cerca de 35% do capital eleitoral que garantiu a vitória de Dr. Wellington.
A proposta vendida à população era ambiciosa: dois prefeitos para administrar Arcos, dividindo responsabilidades e decisões. Na prática, no entanto, o que se viu foi uma concentração total de poder nas mãos do prefeito, com o vice sendo gradativamente afastado das ações e decisões do governo.
Ronaldo da Arcolub já não participa de eventos oficiais ao lado do prefeito, não é convidado para reuniões estratégicas e, em diversas situações públicas, sequer tem seu nome citado pela gestão. A promessa de protagonismo na administração virou silêncio e isolamento.
Uma enquete realizada pelo portal Política Arcos refletiu o descontentamento de boa parte da população, que começa a questionar os rumos da atual administração. Apesar de alguns eleitores ainda defenderem a ideia de que “é cedo para julgar”, a pergunta que fica é: se sete meses não são suficientes para avaliar o início de um governo, quanto tempo mais será necessário?

Dr. Wellington começa a enfrentar comparações incômodas com administrações passadas. Inclusive, já há quem o compare negativamente ao ex-prefeito Denilson Teixeira — considerado por muitos como o pior prefeito da história de Arcos — e um dos apoiadores de sua candidatura. Nos bastidores, há quem diga que o ex-prefeito ainda exerce influência na atual gestão, o que pode estar contribuindo para os rumos questionáveis que o governo vem tomando.
O que era para ser uma gestão inovadora e de parceria transformou-se em um retrato da velha política: alianças feitas por conveniência e descartadas logo após a conquista do poder.
A população de Arcos segue atenta — e cada vez mais crítica.