A cidade de Arcos dá um passo atrás no incentivo ao esporte, ao turismo e ao desenvolvimento econômico local. O cancelamento da etapa do Internacional Chaoyang Estrada Real, tradicional prova de ciclismo organizada pela Avelar Sports, que vinha sendo realizada há três anos consecutivos no município, expõe de forma clara a falta de prioridade da gestão do prefeito Dr. Wellington com o esporte e com eventos que realmente trazem retorno para a cidade.
A competição, que deveria ocorrer em setembro deste ano, não acontecerá mais em Arcos. Segundo informações, o organizador do evento já definirá no dia 20 de julho a nova cidade-sede, deixando Arcos de fora do circuito que movimentava hotéis, pousadas, restaurantes, supermercados, postos de gasolina e o comércio em geral.
Enquanto isso, a justificativa para o cancelamento não pode ser atribuída à falta de verba. Isso porque a própria Prefeitura está solicitando à Câmara Municipal uma suplementação de quase R$ 7 milhões, que será votada na próxima segunda-feira. Ou seja, dinheiro há — o que falta é prioridade política.
Para piorar, o contraste com o recente JENG (Jogos Escolares de Minas Gerais) realizado na cidade é gritante. Neste evento, a Prefeitura arcou com despesas consideráveis, como a estrutura de hospedagem para os atletas, sem que houvesse retorno significativo de público ou movimento comercial comparável ao do Chaoyang Estrada Real. Ou seja, quando há interesse, os recursos aparecem — e a estrutura também.
O Internacional Chaoyang Estrada Real não é apenas uma prova de ciclismo. É um espetáculo esportivo e familiar, que traz consigo cultura, saúde, turismo e renda. Famílias levavam seus filhos para assistir ou até mesmo participar de forma simbólica, inspirando novas gerações e fortalecendo laços com o esporte. Iniciantes, veteranos e apaixonados pelo ciclismo se reuniam na Prainha e nas trilhas, todos sentindo-se privilegiados por um evento deste porte ocorrer na nossa cidade.
A participação até de nomes da mídia, como o apresentador da TV Alterosa Cláudio Miranda, que já participou, inclusive no ano passado (2024), demonstra o alcance e a importância que o evento tem. Mas nem isso sensibilizou a atual administração.
Fica evidente que esporte, saúde e educação não estão no topo da lista de prioridades do governo municipal. O cancelamento não representa apenas a perda de uma competição, mas sim a desvalorização de tudo aquilo que pode transformar vidas e colocar Arcos em destaque de forma positiva.
Arcos merecia mais respeito. O ciclismo local merecia reconhecimento. E a população, uma explicação plausível — que, até agora, não veio.