Ambiente quente, tratamento desigual e falta de atenção médica geram indignação entre pacientes; população questiona uso dos recursos públicos
Pacientes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na ala de obstetrícia da Santa Casa de Arcos têm relatado uma série de problemas que escancaram o tratamento desigual entre quem depende do serviço público e quem é atendido por convênio ou de forma particular.
O ambiente destinado às gestantes do SUS tem sido alvo de críticas constantes. Um dos principais problemas relatados é o calor insuportável dentro da ala, que, segundo relatos, não possui ventilação ou climatização adequada, causando desconforto extremo para as mulheres grávidas — muitas em trabalho de parto.
Além das condições físicas precárias, o atendimento médico também tem gerado revolta entre os usuários. Pacientes e acompanhantes apontam diferença visível na forma como são tratados os pacientes do SUS em comparação aos atendidos por convênio ou particular. De acordo com os relatos, enquanto uns recebem atenção e cuidado, outros enfrentam longas esperas e um atendimento frio e apressado.

O morador Alexandre Alves, que acompanhava sua esposa grávida durante um atendimento recente, desabafou:
“Fomos muito mal atendidos. O descaso com a minha esposa foi revoltante. Enquanto pacientes particulares recebiam atenção total, minha esposa teve que esperar em um local abafado, sem estrutura mínima e com um atendimento médico completamente desinteressado.”
A indignação cresce ainda mais quando se leva em consideração os investimentos recebidos pela Santa Casa. Recursos públicos oriundos dos impostos pagos por toda a população — independentemente de serem usuários do SUS, convênios ou atendimentos particulares — são destinados à manutenção da instituição. No entanto, na prática, os relatos indicam que há uma nítida diferenciação no cuidado prestado, o que fere o princípio da equidade que deveria nortear o sistema de saúde.
Moradores pedem mais fiscalização, transparência na aplicação dos recursos e, acima de tudo, respeito com as gestantes que dependem do SUS. Afinal, o dinheiro que sustenta a Santa Casa sai do bolso de todos, mas, infelizmente, nem todos recebem o mesmo tratamento.
O Conexão Arcos continuará acompanhando o caso e buscará uma resposta oficial da direção da Santa Casa sobre as denúncias apresentadas pela comunidade.