Enquanto Arcos sofre com postos de saúde sem médicos e o Hospital São José enfrenta superlotação, o prefeito Dr. Wellington decide tirar férias após apenas seis meses de trabalho, viajando ao Rio de Janeiro para “descansar”. A cidade, que já vive em um clima de incerteza administrativa, agora se vê oficialmente entregue à própria sorte, ou melhor, a Deus dará, já que nem o secretário de Governo nem o vice-prefeito, Ronaldo, assumirão a chefia do Executivo neste período.
João Paulo Estevão Rodrigues Roque, secretário de Governo, também não poderá exercer suas funções temporariamente por estar vinculado ao SEST/SENAT como concursado, o que o impede legalmente de acumular os dois cargos, mas não o impede de viajar de férias junto com o prefeito. Já o vice-prefeito, Ronaldo Oliveira, que é reconhecidamente mais capacitado que o próprio Dr. Wellington para administrar a cidade, foi descartado pelo atual prefeito, não por falta de competência, mas por puro temor de ser ofuscado por sua capacidade administrativa.
Para tentar manter alguma popularidade e desviar o foco dos problemas reais da cidade, Dr. Wellington tem usado a narrativa da retirada do pátio de manobras da VLI como cortina de fumaça. O projeto, apesar de ser relevante para Arcos, está longe de se concretizar. Envolve uma complexa desapropriação de terrenos, indenizações morosas e a realocação de funcionários da empresa — algo que, realisticamente, não será resolvido neste mandato e, talvez, nem nos próximos.
Além disso, o atual prefeito tenta apagar da história recente o verdadeiro iniciador dessa luta: o vereador João Paulo Ferreira, que desde o início liderou a movimentação para a retirada do pátio. Mas o reconhecimento é engolido pela vaidade de um governo que prefere holofotes à cooperação.
A população começa a perceber que por trás do discurso técnico de Dr. Wellington, esconde-se uma administração sem rumo, centralizadora e marcada por uma arrogância que já ultrapassa os limites do aceitável. O ego do prefeito, que cresce em proporção inversa à sua capacidade de gerir a máquina pública, começa a colocá-lo no patamar dos piores gestores da história da cidade — superando inclusive nomes como Baiano e Denilson.
Se Denilson pecou por uma comunicação fraca, e Baiano por um populismo excessivo, Dr. Wellington parece reunir o pior dos dois mundos: é arrogante, despreparado e cego pela própria vaidade. Enquanto isso, os arcoenses seguem à mercê de promessas vazias, postos sem médicos e uma gestão que já mostra sinais de esgotamento.
Os entusiastas que nos perdoem, mas Arcos merece mais, muito mais do que um prefeito em férias num momento de caos.