O que era para ser uma celebração do esporte, da juventude e do intercâmbio entre cidades mineiras, acabou se transformando em mais um retrato do despreparo da atual gestão municipal. O JEMG 2025, sediado em Arcos, escancarou a falta de planejamento e organização da prefeitura e dos responsáveis pela logística do evento.
Desde a chegada das delegações, os problemas já eram visíveis. Nenhum roteiro foi preparado previamente para orientar o trânsito dos ônibus com os atletas, resultando em engarrafamentos, manobras perigosas e caos no centro da cidade. Em pleno horário de pico, veículos enormes tentavam se orientar em ruas estreitas, travando o tráfego e colocando pedestres e motoristas em risco. Uma cena que expõe o amadorismo da organização e a total ausência de uma estrutura mínima para receber um evento deste porte.
Mas o maior absurdo talvez tenha sido nas acomodações das delegações. Escolas públicas foram improvisadas como alojamento, o que, por si só, já exigiria uma preparação cuidadosa. No entanto, relatos indicam que os atletas hospedados na Escola Estadual D. Berenice Magalhães Pinto enfrentaram uma situação inadmissível: chuva dentro da escola, colchões encharcados e ambiente insalubre. A falta de água e o descaso com a infraestrutura básica são um retrato cruel do descuido com jovens que vieram representar seus municípios com orgulho.
Outra situação inusitada, os atletas hospedados na SEMED (antiga PUC) por falta de chuveiros foram encaminhadas para o estádio da Associação para poderem usar os chuveiros, pois os da SEMED não são suficientes para todos.
Como uma cidade se propõe a sediar uma etapa dos Jogos Escolares de Minas Gerais sem oferecer o mínimo de dignidade aos participantes? Onde estava a Secretaria de Esportes? E a Defesa Civil? Onde estava o prefeito e sua equipe de governo que, mais uma vez, se escondem diante do caos?
Eventos como o JEMG são oportunidades únicas para Arcos se destacar positivamente, não apenas esportivamente, mas também no turismo, na cultura e na hospitalidade. Mas o que se viu foi o contrário: falta de gestão, ausência de fiscalização e um silêncio incômodo por parte do Executivo, como se os transtornos fossem normais ou aceitáveis.
Receber bem é o mínimo que se espera de uma cidade-sede. A juventude esportiva de Minas Gerais não pode pagar o preço da incompetência administrativa. Os atletas e suas famílias merecem respeito. Arcos, mais uma vez, teve a chance de brilhar — mas a gestão pública local preferiu apagar as luzes da responsabilidade.
O Conexão Arcos seguirá acompanhando os desdobramentos e exigirá explicações e medidas corretivas. A cidade e seus visitantes merecem mais do que improviso.