Mais uma cena lamentável envolvendo o transporte universitário de Arcos: um ônibus pertencente à Prefeitura foi apreendido nesta semana em Betânia pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) com apoio da Polícia Militar. O veículo, que transportava estudantes até Divinópolis, estava sem a documentação obrigatória para circular e, segundo relatos, apresentava irregularidades no MEI (Microempreendedor Individual) vinculado ao transporte — o que impedia o veículo de seguir viagem com passageiros.

O mais grave é que esta não é a primeira vez que o mesmo ônibus é parado pelas autoridades. Segundo estudantes que estavam no local, o veículo já havia sido apreendido em outras ocasiões pelo mesmo motivo, demonstrando reincidência e total descaso por parte da administração municipal e dos responsáveis pela logística do transporte escolar.
Desta vez, a situação foi ainda mais revoltante: o motorista, que também é apontado como dono do ônibus, se manteve em completo silêncio, sem prestar nenhum esclarecimento aos alunos. Estudantes relataram que ele passou o tempo todo no celular e, após a liberação do veículo para seguir vazio — já que o guincho demoraria a chegar —, simplesmente foi embora sem oferecer nenhuma alternativa de transporte aos passageiros.
Os estudantes, muitos dos quais tinham provas marcadas, foram abandonados em Betânia, tendo que se virar como podiam: alguns conseguiram carona, outros acionaram familiares para buscá-los. Uma aluna contou que só conseguiu chegar à faculdade às 20h30, perdendo uma das duas provas marcadas para às 19h. O professor responsável pela disciplina de Prótese foi inflexível e disse que talvez aplique a prova na próxima segunda-feira — caso contrário, a aluna já está automaticamente encaminhada para o exame final.
A lista de passageiros deverá ser divulgada pela Polícia Militar, o que reforça o caráter oficial da ocorrência.
Reflexo da má gestão
O caso revela não apenas a irresponsabilidade direta de quem opera o transporte, mas também um reflexo claro da má gestão pública em Arcos, que coloca em risco o futuro acadêmico de seus jovens. Um ônibus da própria Prefeitura trafegar sem documentação regularizada é inadmissível, ainda mais quando isso se repete.
Fica a pergunta: quantas vezes mais será necessário um ônibus ser apreendido até que o poder público tome providências reais? Até quando estudantes terão que arcar sozinhos com as consequências da incompetência alheia?
Os vereadores que se dizem comprometidos com o povo tem o dever de investigar!