Um caso grave de intoxicação alimentar ocorrido em Campo Belo acendeu um sinal vermelho sobre a segurança dos alimentos comercializados em feiras livres. Mariana de Paula, moradora da cidade, foi diagnosticada com infecção após consumir uma peça de carne de porco adquirida em uma das feiras locais. O que parecia uma simples compra para o almoço de domingo virou uma verdadeira ameaça à sua saúde.
Segundo apurado pelo Conexão Arcos, a carne foi transportada em uma caixa de isopor, sem refrigeração adequada, por mais de quatro horas. O comerciante responsável pelo produto adotava uma prática perigosa: ao fim da feira, quando a carne não era vendida, ele simplesmente levava o produto de volta para casa e o congelava novamente — repetindo esse ciclo diversas vezes, sem qualquer critério técnico ou sanitário.
Esse tipo de procedimento, além de ilegal e antiético, representa um risco altíssimo de contaminação. No caso da carne suína, uma das bactérias mais perigosas que pode se desenvolver nesse tipo de ambiente é a Clostridium perfringens, causadora de sérias infecções intestinais, vômitos, diarreia intensa e até complicações mais graves em pessoas com imunidade baixa. Em situações extremas, essa bactéria pode levar à morte.
Mariana sofreu fortes dores abdominais, febre alta e desidratação. Após atendimento médico, foi internada e precisou de cuidados especiais para conter a infecção. “Eu só queria preparar uma refeição para minha família. Nunca imaginei que fosse parar no hospital por causa disso”, relatou, ainda em recuperação.
O caso gerou indignação e revolta em Campo Belo, e levanta uma pergunta urgente: quem está fiscalizando as condições dos alimentos que consumimos? Carne sem refrigeração, manuseio inadequado e reprocessamento contínuo são práticas que podem estar acontecendo diante dos olhos de todos — e, pior, com conivência por falta de fiscalização.
A população deve ficar atenta. Produtos perecíveis, especialmente carnes, devem ser sempre comprados em locais confiáveis, com armazenamento em temperatura adequada e dentro das normas da Vigilância Sanitária. Comer barato pode sair muito caro — e em casos como o de Mariana, pode custar a própria vida.