Enquanto idosos, enfermos e até pessoas em situação de vulnerabilidade emocional dependem da solidariedade para sobreviver com dignidade, a Prefeitura de Arcos parece seguir na contramão do apoio social. Um exemplo claro disso é o desinteresse em dar continuidade ao projeto desenvolvido pela Maçonaria local, que há anos fabrica e doa fraldas geriátricas com verba municipal e mão de obra voluntária.
A ação, reconhecida por seu impacto social, vinha beneficiando centenas de pessoas da cidade — principalmente idosos, acamados e enfermos em geral. As fraldas são produzidas por voluntários na loja maçônica, todas as terças-feiras, das 19h às 22h. Além de oferecer suporte material, o projeto também serve como terapia ocupacional para pessoas que enfrentam a depressão, proporcionando um ambiente solidário, útil e acolhedor.
A Maçonaria de Arcos reforça ainda que suas doações são restritas ao município. Fraldas não são enviadas para outras cidades, a não ser em casos de lojas maçônicas de outros municípios que também participam do projeto. Antes de qualquer doação, uma visita é realizada ao solicitante para comprovar o endereço e avaliar a real necessidade. O critério é rigoroso, justamente para garantir que a ajuda chegue a quem realmente precisa.
Apesar disso, a Prefeitura impôs novas barreiras burocráticas que inviabilizaram a continuidade da parceria. A justificativa oficial é que “a lei mudou” e que, agora, as farmácias populares estão autorizadas a fornecer fraldas mediante apresentação de receita médica — mas apenas para pessoas com mais de 60 anos.
A pergunta que não quer calar é: e quem tem menos de 60 anos, mas precisa das fraldas por conta de doenças ou limitações físicas? Fica desamparado?
A Maçonaria já fazia esse trabalho há tempos, com eficiência, empatia e sem fins lucrativos. Ao criar entraves e cortar esse tipo de parceria, a Prefeitura tira do cidadão comum mais um apoio essencial, prejudicando quem mais precisa. A justificativa burocrática soa como desculpa para mais um corte em programas sociais que beneficiam diretamente a população de Arcos.
A população, cada vez mais cansada da omissão e da falta de sensibilidade do poder público, cobra coerência e humanidade nas decisões da administração municipal. A solidariedade não pode ser sufocada pela frieza da burocracia.