As campanhas eleitorais no Brasil estão prestes a começar oficialmente em dois dias, e a atmosfera já está carregada de tensão. A cada ciclo eleitoral, apoiadores dos candidatos se preparam com estratégias que, muitas vezes, mais se assemelham a táticas de guerra do que a um debate democrático. Essa abordagem agressiva levanta questões sobre quem realmente ganha ou perde nesse processo e qual o impacto das baixarias e ofensas pessoais que frequentemente surgem nas redes sociais e nas ruas.
Nos últimos anos, o cenário político brasileiro tem sido marcado por uma polarização extrema, onde a linha entre o debate saudável e os ataques pessoais é frequentemente ultrapassada. As eleições de 2022, por exemplo, foram notórias pelo uso intenso de desinformação e discurso de ódio, principalmente através das redes sociais. Essa “guerra digital” não apenas distorceu o debate público, mas também contribuiu para um ambiente de animosidade que culminou em atos de violência, como a invasão do Congresso Nacional em janeiro de 2023 (The Brazilian Report) (Global).
A estratégia de confrontação direta, embora possa mobilizar a base mais fiel de eleitores, traz consigo riscos significativos. Candidatos que se envolvem ou permitem que seus apoiadores se envolvam em ataques pessoais podem acabar afastando eleitores indecisos, que veem essa postura como um sinal de fraqueza ou desespero. Além disso, o foco em ataques pessoais desvia a atenção dos debates sobre propostas e políticas públicas, que são fundamentais para o processo democrático (Global).
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Por outro lado, é inegável que a polarização e os ataques podem beneficiar alguns candidatos a curto prazo. A cobertura da mídia sobre escândalos e confrontos pode aumentar a visibilidade de um candidato, mesmo que de forma negativa, o que pode ser explorado como uma oportunidade de reforçar a narrativa de “vítima” ou “combatente contra o sistema”. No entanto, essa tática pode ter um custo alto, resultando em uma política cada vez mais fragmentada e um eleitorado desiludido com o processo eleitoral (The Brazilian Report).
Com as campanhas prestes a começar, a grande questão que se coloca é: será possível que o debate político retorne a um nível de civilidade, onde as propostas e soluções para os problemas reais dos eleitores sejam o foco principal? Ou estaremos condenados a mais uma eleição marcada por ofensas e estratégias que, no final das contas, podem fazer mais mal do que bem ao processo democrático?
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O desenrolar dos próximos meses nos dirá quem realmente lucra e quem perde com essa abordagem de “guerra” eleitoral. Mas uma coisa é certa: o impacto na democracia brasileira será profundo e duradouro, independentemente de quem vencer nas urnas.