Mais um episódio lamentável marca a gestão municipal em Arcos: servidores públicos foram flagrados utilizando o caminhão da iluminação pública, veículo oficial da Prefeitura para realizar uma mudança particular. O fato gerou indignação na população ao escancarar o uso indevido de bens públicos para fins pessoais.
Após o caso vir à tona, os servidores envolvidos receberam apenas uma advertência administrativa. A justificativa dada por eles é que os móveis transportados teriam sido “doações” recebidas, o que, em hipótese alguma, torna aceitável o uso de um veículo público para esse tipo de atividade.
A lei é clara: patrimônio público deve servir exclusivamente ao interesse coletivo, jamais a interesses particulares. Ainda que os móveis fossem, de fato, doações, o que não foi oficialmente comprovado, o transporte deveria ser feito por meios próprios, jamais por um veículo mantido com recursos dos contribuintes, abastecido com verba pública e destinado a serviços essenciais de manutenção da cidade.
A leveza da punição, uma simples advertência reforça a sensação de impunidade e leniência com condutas irregulares dentro da atual administração. Em um momento em que a Prefeitura enfrenta críticas severas por abandono de serviços básicos e pela ausência do prefeito, que está de férias no Rio de Janeiro, episódios como este só aumentam o desgaste e a perda de confiança da população.
O caminhão da iluminação pública deveria estar nas ruas, atendendo chamados e garantindo segurança à população com a manutenção da rede. Em vez disso, foi transformado em caminhão de mudança, enquanto bairros seguem às escuras.
Mais do que uma advertência, a situação exige responsabilidade, exemplo e rigor. O que se espera de uma gestão comprometida é que zele pelo patrimônio do povo, e não que o trate como se fosse extensão de sua garagem particular.